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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Tudo sobre a Tailândia

Nádia Araújo, 24 anos.
Profissão: Estudante de Publicidade – UnB.
O que pretende: Trabalhar em uma multinacional na área de comunicação ou em embaixadas.
Países que conhece: Tailândia e Chile.

Tiger Temple, Kanchanaburi - Tailândia, 2009


Eu já morei em Santiago, no Chile, por cinco anos. Fui para lá quando tinha 8 anos, e saí com 13. Depois me mudei para a Tailândia e vivi dos meus 14 aos 20 anos, devido ao emprego da minha mãe. Ela trabalha no Itamaraty e foi removida para trabalhar na Embaixada do Brasil em Bangkok.

            Aqui contarei da minha experiência na Tailândia. Apesar de ser um país bilíngue, na época em que vivi lá, o inglês não era tão falado quanto é atualmente. A capital está mais moderna, tem até sinalização em tailandês e inglês. Porém, quando eu cheguei ao país, não sabia tailandês e falava muito pouco o inglês. Então, passei quatro meses estudando com uma professora particular para ingressar na Escola Americana. Mas na rua eu tive muita dificuldade para me comunicar com os nativos, e só depois de uns quatro anos após a minha chegada, percebi que o inglês começou a fazer sucesso, pois os tailandeses perceberam que aquilo era realmente importante para eles e para os estrangeiros.

            Em relação ao preparo turístico, há uma boa infraestrutura na capital. Há muitos hotéis, hostels, albergues. A Tailândia é um país desenvolvido, principalmente nos grandes centros. Eu adorava morar lá, tem prédios muito altos, modernos e o transporte público é ótimo. O único aspecto que me deixou um pouco chocada foi a poluição, as ruas de Bangkok são bastante estreitas, há um grande número de veículos e há muita gente, é uma cidade entupida, tudo funciona 24 horas, é bem caótica.

            Os tailandeses, de modo geral, são receptivos, alegres “quase brasileiros”, só que mais tímidos. Mas o pessoal do comércio é muito aberto e simpático. Eu morei um apartamento que ficava em um bairro bastante seguro no centro da cidade. Vivi com minha mãe, meu pai e meus irmãos. Terminei o Ensino Médio na Escola Americana e cursei dois anos de Comunicação/ Publicidade na Universidade de lá. Era uma Universidade Internacional, privada, então as aulas eram todas em inglês e os professores também eram estrangeiros.

            Quem tiver planos de visitar o país, recomendo conhecer as praias, que são belíssimas, é um paraíso na Terra. Entre elas: Kabri, Koh Phi Phi, Phuket, Koh Samet, Koh Samiu, Koh Pagnan, Koh Tao. O litoral tailandês tem de tudo, barraquinhas, vendedores, boates próximas e bares. É um ambiente bastante turístico, tem até animais circulando, mas é realmente limpo. Tem alguns lugares com ilhas que é um sonho visitar, para uma lua de mel, por exemplo. Para comer, eu sugiro os restaurantes tailandeses que têm as comidas mais exóticas. 

            Além destas, há muitos pontos turísticos para visitar. Um dos que eu mais gostei foram os templos que tem na capital e próximos da capital. Em Bangkok tem o Grand Palace e o Wat Pho. Há vários templos juntos no mesmo local. O estrangeiro precisa pagar uma quantia e tailandês não paga nada. Além disso, não pode entrar com roupa curta, mostrando as pernas. Mas se um turista chegar lá desprevenido e estiver de saia ou short, os funcionários do templo cedem um saião emprestado para se cobrir, que se parece com uma canga enorme.

            Tem também uma cidade próxima que se chama Ku chon buri. Lá há museus da Segunda Guerra Mundial que possuem diversos objetos, quadros e fardas dos soldados do exército daquela época. Tem também o Templo dos Leões e dos tigres, é permitido tirar fotos com eles. Outra programação é ir ao zoológico para conhecer os animais mais específicos da cidade, que são os elefantes e pássaros também, apesar de que, como o clima de lá é tropical, bem como o do nosso país, a maioria dos animais de lá são os mesmos dos zoológicos daqui. A maior parte do tempo faz calor o ano inteiro, só nos primeiros meses que chove, e nevar lá é bem raro. 

            Para fazer compras, há lojas nas ruas e em shoppings. As roupas de lá são boas, tem qualidade e são baratas, há muita variedade. Bangkok tem um ótimo comércio. O atendimento ao público também é bom, os tailandeses, de modo geral, são bem educados. Também há feiras de artesanato e mercados, um dos mais conhecidos que vale a pena ir é o Chatuchak Weekend Market, que fica na capital. Lá é possível encontrar produtos típicos da região, como móveis de madeira e objetos de bambu. Esse mercado é gigantesco, tem artesanato, comida, acessórios, roupas e até animais para vender. 

            Os tailandeses não têm muito essa cultura de sair para o bar à noite com os amigos, como o brasileiro. Mas para quem procura diversão, o ideal é ir para uma rua chamada Khaosan Road or Khao Sarn Road, que é uma rua toda fechada, muito frequentada por turistas. O local é cercado por bares, lojas e restaurantes. Além disso, somente pedestres podem ter acesso.

            O mais inusitado do costume deles é o churrasquinho, porém o de lá é feito de insetos, tem escorpião, barata, grilo. Para mim é muito nojento, nunca tive vontade de provar, e se eu voltasse novamente, não provaria tampouco. As frutas são as mesmas do Brasil, mas uma que é típica de lá é o Durian, que se parece com a jaca que temos. O Durian tem um cheiro muito forte e é proibido carregar esta fruta em lugares públicos, no metrô tem até placas de sinalização indicando a figura do alimento e o sinal de proibido. Meu pai tentou trazer a semente do Durian para o Brasil e não nasceu, só tem naquela região mesmo. Outros pratos da região são o Khao Pad Gai, que é um mexido de arroz com frango (no inglês, Fried Rice Chicken), muito desejado pelos estrangeiros. Há sabores de carne, ovo, camarão, entre outros. E tem as sopas dos tailandeses, que é o Bami noodles com carne de pato, é uma delícia. Os nativos comem muita carne de pato e porco. 

            Um outro aspecto da cultura que me chamou atenção foi a tranquilidade dos tailandeses. Eles são muito lentos, devagar, não se estressam com nada. Devido ao país ter a maior parte da população budista, eles tendem a seguir algumas regras, que é respeitar o próximo, não roubar e tratar os outros bem. Por isso é um local seguro. Um costume brasileiro que não se deve fazer lá é em relação ao nosso cumprimento. Lá não é adequado abraçar nem beijar o rosto das pessoas, não importa a idade, nem de bebês. Também é proibido passar a mão na cabeça dos outros porque, segundo eles, é a parte mais importante do corpo, onde está a alma. Não é necessariamente uma lei, mas é algo da cultura religiosa.

            O país é cercado por estrangeiros, há muitos estudantes de intercâmbio, principalmente holandeses, porque há um incentivo para estudar na Universidade Internacional, já que as aulas são ministradas em inglês. Fiz muitas amizades lá e mantenho contato até hoje pelo Skype e Facebook. Entretanto, a maior contribuição para o meu desenvolvimento foi dos professores da universidade e escola, pois eles me ajudaram muito. Cheguei mal falando inglês e fui muito bem acolhida e incentivada por eles.

            Teve uma época em que eu estava bem revoltada e tive muita vontade de voltar para o Brasil. Mas minha família estava morando na Tailândia, era onde eu deveria estar, ainda por ser menor de idade, não tinha como voltar e desistir, o jeito foi me adaptar. Após um tempo, percebi que esta experiência foi única e obtive um aprendizado muito grande para a minha vida. Eu tive muitas oportunidades de conhecer várias línguas, pessoas de vários lugares e viajar para outros países da Ásia. Então, eu acredito que foi uma vivência muito linda!

            Hoje eu tenho uma mente mais aberta, consigo enxergar as coisas de várias formas, mais ampla. Eu acredito que ter uma vivência internacional ajuda a se fortalecer, pois você passa por muitos momentos difíceis, os supera e cresce como pessoa.,Penso que se eu não tivesse tido esta experiência, não seria quem eu sou hoje. Pretendo e quero viajar por outros países, pois valorizo muito conhecer e respeitar outras culturas. As lições que aprendi na Tailândia foi respeitar a cultura do próximo e ter mais paciência. 

            Gostaria de trazer de lá o modelo de respeito, a sabedoria e tranquilidade dos tailandeses para o Brasil, assim saberíamos lidar melhor com as situações e problemas. O brasileiro é muito agitado, ansioso e valorizei muito a constante paz deles. Em relação aos outros aspectos, gostaria que o Brasil melhorasse a segurança e adotasse transportes mais eficientes. Lá o transporte é barato e capaz de atender toda a população. Porém, algo que valorizo da nossa cultura é nossa sintonia com a família, ter os almoços, jantares em família, comemorações, ver aos jogos com os amigos, estamos sempre juntos. Isso é algo raro de ver no exterior.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Curiosidades sobre a Alemanha

Isabela Kuiaski Corsatto, 25 anos.
Profissão: Estudante.

O que pretende: Ser funcionária pública. 
Países que conhece: Alemanha, França, Itália, Áustria, República Tcheca, Hungria, Rússia, Suécia, Dinamarca, Islândia, Estados Unidos e Argentina.


Berlim - Alemanha, 2006



Tive a oportunidade de ter conhecido muitos países, mas relatarei a respeito do intercâmbio que fiz na Alemanha. Foi uma experiência maravilhosa, pois aprendi outra língua (alemão) e vivi outra cultura. Também pude me virar sozinha e vencer a timidez para conhecer novas pessoas. Recomendo aos turistas que desejam conhecer outros países, que aprendam um pouco da língua antes de ir e estudem a história do país, a tradição, além de procurar se informar bastante sobre o lugar para onde irá e levar sempre um dicionário.

Na Alemanha, há muitos lugares que eu recomendo visitar, pois o país tem muitas cidades lindas e cheias de histórias, mas Berlim é um local que todos que vão à Alemanha deveriam conhecer. Vale a pena também conhecer outros locais da Europa, já que são próximos uns dos outros, mas um que me chamou a atenção em particular foi a Islândia. O país é lindo e bem diferente do que conhecemos no Brasil. Acho que é uma ótima viagem para se fazer, tanto no inverno quanto no verão. O prato típico da cidade que vivi era batata assada e frita com salsichão.

No período que morei na Alemanha, não comprei muitas coisas, pois preferia visitar lugares e comer, mas tanto lá como em outros lugares da Europa há muitas lojas de departamento que são mais em conta para compras. Para sair à noite há diversas opções, como teatros, bares e cafés. Durante o dia também há vários locais para conhecer. Eu gostei muito dos parques da Alemanha, além dos pontos turísticos obrigatórios para conhecer de cada cidade. Gostava muito de viajar de trem de uma cidade para outra, para assim ver a paisagem e observar um pouco do dia a dia dos moradores de cada local. 

Um aspecto da cultura que me chamou a atenção de lá é a pontualidade não só das pessoas, como dos trens, ônibus e da organização social em geral. Por não estar habituada com esses costumes, passei por uma situação complicada em um dia que precisei pegar um trem sozinha para outra cidade e, por poucos minutos de atraso, acabei perdendo o trem. Eu não sabia ver no painel quando o próximo iria passar. Por ainda ter dificuldade com o alemão, perguntei a uma funcionária da estação se ela falava inglês (Sprechen Sie English?), pois era a língua que eu falava melhor até aquele momento. A funcionária foi muito grossa e me respondeu que estávamos na Alemanha, por isso só devíamos falar alemão. Fiquei chateada e comecei a pensar que os alemães eram realmente grossos e frios, como eles são conhecidos. Porém, uma moça alemã viu o que aconteceu e me falou em inglês que essa senhora não havia sido gentil comigo e perguntou do que eu precisava. Expliquei a situação e ela me informou o horário do trem, também disse que iria pegar o mesmo trem que eu. Conversamos muito, ela me perguntou sobre o Brasil e contou que tinha muita curiosidade de conhecer o meu país. 

Confesso que, no começo do intercâmbio, pensei algumas vezes em voltar, porque não conhecia ninguém e tinha dificuldade de falar com as pessoas. Morei com três famílias. A primeira, numa cidade de 5 mil habitantes chamada Stadtoldendorf, e as outras duas na cidade chamada Holzminden, que tinha 21 mil habitantes. Notei que a primeira família não estava muito interessada em saber da minha cultura. Eu achava que me tratavam com indiferença. Eles chegaram ao ponto de me perguntar se eu sabia o que era um celular e se eu conhecia McDonald’s. Este fato e outros motivos me fizeram pensar em desistir, mas eu mudei para a segunda família e tudo melhorou. O novo lar era muito acolhedor e eles fizeram com que eu me sentisse muito à vontade e feliz. Conheci uma terceira família e foi muito bom também.

Uma semana antes de voltar para o Brasil, minha segunda família fez uma festa surpresa pra mim. Chamaram-me para um lanche e, quando cheguei, havia muitas pessoas da escola e outros conhecidos. Fiquei muito emocionada. A família me entregou um pacote com 365 cartas, escritas por várias pessoas que eu conheci naquele ano e que era para eu ler uma por dia, durante um ano. Fiquei muito feliz!

Lá fiz alguns amigos, mas foi difícil porque sou tímida, ainda mais em outro país. Mas depois de um tempo, fiz amizades lindas e tenho contato até hoje. Também fui bem acolhida pela população local. A maioria das pessoas tinha vontade de saber sobre onde eu vinha, mas em geral não conheciam muito sobre o Brasil. Nas horas livres do estudo, geralmente eu saía para conhecer as lojas e os restaurantes. Adorava a comida de lá, principalmente os doces. Em períodos livres mais longos, saía de trem para conhecer cidades próximas.

Constatei que os alemães não são frios como muitos falam. Eles apenas demoram mais para fazer amizade, mas quando fazem são muito fiéis e amigos. Os estudantes são bastante dedicados. Eles se preocupam muito com o futuro profissional, pelo menos no Gymnasium, que foi onde estudei (compatível com o ensino médio daqui). Os alunos levantam a mão para pedir permissão para falar com o professor, pois há um respeito muito grande aos docentes. Senti que isso no Brasil já se perdeu, pelo menos em relação ao que percebi nos meus últimos anos do ensino médio. Na Alemanha, o sistema de ensino é diferente daqui. A primeira fase é o Kindergarten (jardim de infância), depois tem o Grundschule (ensino fundamental) e o Grundschule, em que há três opções de ensino secundário, que dependem das notas que o aluno tirou e da avaliação dos professores: Hauptschule, Realschule e Gymnasium, neste último os alunos precisam fazer uma prova chamada Abitur para ingressarem na faculdade. 

Enfim, o intercambio valeu a pena. Recordarei o carinho de alguns amigos e das minhas duas últimas famílias. Com esta experiência, aprendi a ser mais paciente, aproveitar mais as oportunidades e agradecer por tudo que eu tenho. Ainda pretendo conhecer ainda muitos países e diversas culturas. Também tenho planos de visitar a Ásia e morar no Canadá.

Em relação ao que penso sobre o Brasil, valorizo nossa hospitalidade com as pessoas de outros países. Em geral, temos curiosidade de aprender sobre novas culturas. O que acho que deveria mudar é o "jeitinho brasileiro", pois aceitamos ou achamos normal algumas coisas que os alemães não aceitariam de jeito nenhum. Por exemplo, atrasar em compromissos, furar fila, atravessar com o carro no sinal vermelho. Damos desculpas para quase tudo e não mudamos algumas atitudes. Acho que poderíamos pegar o exemplo de pontualidade dos alemães e muitas coisas iriam melhorar.





Intercâmbio em Vancouver - Canadá

Guilherme Lisboa, 21 anos.
Profissão: Estudante
O que pretende: Trabalhar na área de Desenvolvimento de software.
Países que conhece: Estados Unidos, Canadá e Argentina.

Lake Louise, Alberta - Canada, 2012


Contarei da minha última experiência no Canadá. Fiz um intercâmbio de estudos em Vancouver durante dois meses. É difícil descrever um país, devido ao fato de ter uma cultura totalmente diferente, então acaba que o mais excitante é o sentimento de estar em um lugar novo, com pessoas de diferentes hábitos, mas acredito que o que difere a experiência de cada pessoa é o psicológico, como você encara a aventura.

            O Canadá é um país muito grande, então não posso falar em um contexto geral. O local que eu estive foi na Costa Oeste, e lá conheci lugares muito bonitos. O que mais recomendo para turismo é a geleira que tem por lá. Eles chamam o lugar de Glacier Fields. Por mais que pareça ser só gelo, a paisagem é muito bonita, além de ser algo que não temos aqui, então é uma experiência rara para quem mora em um país tropical. 

Também existem outros lugares maravilhosos que eu recomendo, como a própria cidade de Vancouver, Grouse Mountain, Lake Louise, o passeio pela área montanhosa em geral, e para quem gosta de praia, tem Tofino, que fica perto de Vancouver, com algumas praias medianas e próximas a um local com fontes termais.

Para compras, sem dúvida a melhor opção são os outlets. O preço dos produtos em Vancouver é muito melhor do que o que pagamos aqui no Brasil, mas nos outlets é melhor ainda. Se for em uma época oportuna, é possível encontrar produtos com cerca de 70 a 80% de desconto.

Vancouver é uma cidade jovem, então a vida noturna é bem agitada, mas em questão de lugares para sair à noite, acho que depende do estilo da pessoa. Na época em que estive lá, fui a vários bares e pubs. Os mais organizados eram um pouco mais caros do que os mais comuns, então acho que depende do estilo e gosto da pessoa. 

Dos passeios que fiz, os que mais valeram a pena foram o tour pelas montanhas, a trilha da Grouse Mountain e a ida ao Glacier Fields. Mas existem vários outros locais para conhecer, desde ir à cidade cultural até descer rios em um bote.

Em geral, não me recordo de ter comido nenhuma comida típica canadense, porque lá é um local multicultural, que recebe a influência de diversas outras cultuas, como a estadunidense, inglesa e francesa, então acaba que é a culinária reflete aspectos desses países. Um ponto da cultura canadense que me chamou atenção foi o estilo de vida que os habitantes levam, eles seguem as leis à risca, assim como nos Estados Unidos e outros países. Mas parece uma forma mais natural, uma mente mais aberta, sem preconceito com estrangeiros, e em geral eles são muito educados, tanto a ponto de serem motivo de piadas.

Uma situação complicada que passei foi quando eu estava no meu segundo dia de aula, e ao ir para uma loja de conveniências perto da escola, chamada 7-Eleven, que é uma rede bem comum lá, fui comprar um cartão de transporte, e o atendente parecia ser chinês, então o inglês era um pouco mais “acelerado”, só que a cidade é dividida em áreas, e eu não sabia qual era a minha, então tentei perguntar a respeito, mas ele parecia estar com pressa e ficou reclamando. Saí da fila e um amigo que sabia a informação me explicou, e no fim deu tudo certo. Apesar desta dificuldade, não pensei em desistir momento algum. Por mais que eu estivesse sozinho, busquei a melhor forma de aproveitar, sem pensar em voltar. Pelo contrário, no final da viagem deu até vontade de ficar mais.

O que mais me emocionou durante esta experiência de viver dois meses em outro país foi o fato de poder conviver com pessoas de uma cultura diferente da qual eu estou habituado. As recomendações que sugiro para quem deseja ir ao Canadá, de uma forma geral, é primeiro conhecer o lugar, andar pela cidade para se habituar com o ambiente. Eu andei todo o centro da cidade a pé no meu primeiro dia, foi uma espécie de “reconhecimento do local”. Uma dica muito importante quanto ao que não fazer, o primeiro item da lista é não desobedecer às leis, por mais que tenham coisas com as quais você não concorda, e pareçam bobas, como fazer uma piada de terrorismo. Isso pode te botar em uma boa encrenca. Então, quando ouvir o “ei” de um policial, aconselho a ouvir e obedecer direitinho.

Quanto a locais, o centro da cidade tem quase tudo que precisa para se virar (comida, cinema, bares, shoppings), então depois do “reconhecimento” do local, é bom correr para a loja de conveniências 7-Eleven e comprar seu passe de transporte, que serve para ônibus, metrô e balsa. Fora isso, qualquer dúvida é só perguntar. Os funcionários dos hotéis são bem informados e os habitantes, em geral, são bem receptivos.

Durante meu intercâmbio, eu fiquei hospedado em uma espécie de hotel para estudantes, que tinha tanto hóspedes normais quanto outros estudantes, mas só o quarto era individual. O banheiro e a cozinha eram coletivos. Durante o intercâmbio, fiz muitos amigos e de várias nacionalidades. Acho que é desperdício ir a uma viagem como essa e não se enturmar. Assim, penso que como busquei esta experiência para curtir e conhecer outro local e pessoas, se eu ficasse no meu canto sozinho, não iria aproveitar nada. Então, fiz exatamente o contrário!

A população em geral é composta de muitos imigrantes, então eu diria que é impossível terem preconceito. É lógico, sempre tem um ou outro que quer implicar, mas a maioria dos habitantes respeita todos. Encontrar pessoas preconceituosas e implicantes lá é bem raro; é como tentar achar uma agulha no palheiro. Acredito que conhecer pessoas de diferentes culturas sempre contribui com o amadurecimento pessoal, desde que a pessoa esteja aberta a entender a forma deles de pensarem. Desta forma, é possível ver coisas que antes não eram percebidas, porque não eram comuns para você.

Nas horas livres, procurei sempre variar a programação. Tive a sorte de pegar aula com uma professora que era uma excelente pessoa, e a turma era muito tranquila, então nos enturmamos rápido. Na maioria das vezes, depois das aulas, eu e os amigos que fiz íamos para algum lugar conversar ou rodar e conhecer a cidade. Nos finais de semana, fui a passeios mais longos, a cidades vizinhas, ou fazer trilha na montanha que tinha lá perto.

O que mais me marcou foi a questão de que fazia amigos diferentes todas as semanas. Alguns deles, sei que dificilmente os verei novamente. Por mais que tenha convivido com eles somente por dois meses, com algumas pessoas realmente fiz uma grande amizade e gostaria de conviver mais com elas, mas cada um tem que seguir seu caminho. 

Uma coisa de que eu não tinha a mínima ideia é o respeito que os canadenses têm pelos indígenas. Eles os chamam de “primeiras nações” e apreciam bastante a cultura desses povos. Outro aspecto é que boa parte do povo tem afeição pela rainha da Inglaterra. Algumas moedas têm a face da rainha nelas, mesmo não tendo o Canadá relação com a realeza inglesa.

Por fim, acredito que esta experiência valeu muito a pena. Pude aprender coisas novas; mesmo que algumas tenham sido a respeito do que eu já sabia ou conhecia, foram feitas de forma distintas, então agora consigo encarar a mesma situação de diferentes formas. Diria que gosto de conhecer pessoas de diferentes culturas, por buscar entender como elas pensam e fazem as coisas, para posteriormente eu entender e perceber novas coisas que até então não percebia. 

Se possível, gostaria de voltar para o Canadá e terminar minha graduação lá, mas provavelmente isto não acontecerá. Além disso, meus planos para a próxima viagem terão que esperar bastante, mas tenho vontade de conhecer no futuro o Japão, Alaska ou Austrália.

Após esta vivência, acredito que podemos melhorar muito no Brasil. Por mais que haja o problema da corrupção política, o primeiro passo é buscar aprender com os outros países a obedecer às regras. Depois disso, podemos pensar em dar atenção a saúde, educação e segurança. Por outro lado, o que se destaca no brasileiro em geral é a criatividade, a capacidade de solucionar alguns problemas de uma forma diferente do padrão. 

O que eu gostaria que mudasse é a forma de buscar fazer algo que não deveria ser feito, respeitando as regras. Deixar de lado o dito “jeitinho brasileiro” em muitas situações, que não trazem benefícios duradouros. 

Veja mais fotos em: http://www.flickr.com/photos/108188765@N06/sets/72157637486536075/

Intercâmbio/Turismo em Paris: tudo o que você precisa saber

Denise Maria dos Santos Butruille, 22 anos.
Profissão: Estudante de ciência contábeis na UNB e formada em Relações  
Internacionais pela UCB.
O que pretende: Ser funcionária pública.
Países que conhece: Inglaterra e França.

Montmartre, Paris - França, 2009
Neste relato contarei sobre o intercâmbio que fiz na França, mais especificamente em Paris, durante seis meses. Foi uma experiência incrível, aprendi muitas coisas e amadureci bastante no tempo em que estive lá. Para quem deseja ir à França, eu aconselho visitar o interior do país, em especial a região do Vale do Loire, que é linda.
            Em Paris existem muitos pontos turísticos famosos, como o Louvre, a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, o Museu D'orsay, o Montmartre, a Igreja de Notre Dame e a Opera, que são interessantes para ir. Fora desses locais, indico o Museu Rodin e o Jardin de Luxemburg, fazer um tour no Bateau Mouche e caminhar na orla do Rio Sena. Em diversos pontos é possível encontrar feirinhas, restaurantes, intervenções artísticas, lugar de jogos, etc. A vida noturna parisiense é um pouco parada e eu não fui a muitos locais badalados, mas tem vários cafés na cidade, na Champs Ellysee tem baladas famosas, e na rua St. Denis tem muitos bares legais.
Durante o dia também é possível fazer vários passeios. Um bom local é o Bateau Mouche, passear na Orla do Sena, fazer piquenique nos jardins e comer em cafés.
A culinária francesa é muito famosa por sua sofisticação. Os franceses em geral, comem muita batata, melão, pão, queijo, geleia e carnes exóticas, como coelho, pato, quiche, mexilhões, patê de fígado de pato, patês derivados de porco, dentre outros. Uma curiosidade cultural a respeito dos franceses é a pouca preocupação que eles tem com a limpeza. Não que sejam pouco asseados, mas de fato eles não ligam em beber água da torneira, pegar uma louça mal lavada da lavadora de louça, usar a mesma roupa por alguns dias, entre outros costumes.




Quem deseja ir a Paris, fiz uma lista com diversas recomendações que podem ser úteis a vários turistas:
* Compras - lembrancinhas: aconselho o Montmartre e a  rua St. Denis, que fica próximo a Igreja de Notre Dame; roupas de brechó: sugiro o Marais, lá tem vários e vivem lotados (eu gostava de um chamado Free'p'star, que fica no número 61 da rue de la Verrerie, 75004 Paris, e na 8 rue Sainte-croix de la Bretonnerie 75004 Paris); roupas no geral: os principais pontos são a Galerie Lafayette, o Bon Marche e a Printemps, porém as lojas que estão nessas galerias costumam ser muito caras ou estarem lotadas, por isso aconselho o Boulevard Raspail, lá tem várias lojas e costuma estar mais vazio (para chegar é só descer na estação Raspail ou Montmartre Bienvenue); outlets: em Paris tem muitas, mas perto da Disney Paris tem um local onde se encontram várias; perfumes e cosméticos: podem ser encontrados nas galerias citadas acima, mas costumam ser vendidos a preços mais altos. Por isso, sugiro a Sephora ou numa loja chamada Le Parfum de l’Opera (3 rue Helder 75009 Paris – metro Opera), eles vendem a preço de Dutty Free e muitas atendentes falam português; utilidades: a “25 de março francesa” fica no Montmartre, próxima a estação Abbesses e da Barbès Rochechouart, só é preciso tomar cuidado, pois o bairro é perigoso.

Restaurantes: em geral são caros, mas quando for, sempre peça o prato do dia (plat du jour), porque  os alimentos estão frescos e normalmente não tem os outros pratos do menu. Para beber, aconselho a pedir uma taça de vinho ou uma água da torneira, que é de graça. O refrigerante é caro e o suco costuma ter só os artificiais de laranja (muitos são amargos). Caso queira algo parecido com a nossa comida, aconselho a ir a um restaurante chinês, que além de mais barato, pode comprar por pratos. Dessa forma, tem a opção de escolher o que quer e às vezes tem promoções. Exemplo: 2 guarnições + 2 rolinhos primavera + sobremesa = 7 Euros. O legal é que pode pedir para viagem e ir comer em algum parque.

* Transporte público: Paris oferece diversas opções de transporte com qualidade. Há as opções de trem, metrô, bicicleta e ônibus. O metrô tem em todos os lugares e é muito prático, mas é bom pegar um mapa das linhas e itinerários na estação, pois pode ser um pouco confuso para quem não está acostumado. Ele possui 14 linhas e a linha 9, 1 e 2 sempre estão cheias. O ônibus é uma boa opção para ver os pontos turísticos, além de ser muito limpo, tem para todos os lugares e passa sempre. Nas estações há o mapa (vem no mapa o metrô, informações sobre o ônibus e o RER), porém tem que ter atenção na hora de comprar a passagem, porque a cidade é dividida em áreas e cada uma tem um preço. Deve-se comprar o bilhete adulto, que é mais caro. A outra opção é só para crianças ou estudantes. Também é necessário observar as paradas atentamente, pois cada uma corresponde a ônibus para locais diferentes. Tem também a opção dos ônibus de turismo, os quais passam por pontos turísticos. E tem os vélibs, que são bicicletas. Paga-se uma tarifa no terminal e pode utilizá-la durante 30 minutos, depois é só deixá-la nos lugares indicados. Porém, muitas vezes o local mais próximo para deixar a bicicleta já está lotado e deve-se procurar outro.

* Banco: para sacar ou trocar o dinheiro, a melhor opção é ir ao caixa dos bancos e sacar. Normalmente eles se localizam na parte externa da rua ou próximos aos correios. Lá é tudo na base do cartão de crédito e, para utilizá-lo, os atendentes pedem para assinar a nota fiscal.

* Segurança: recomendo se prevenir, evitando passar por alguns lugares que são perigosos: localizados no 17º, 16º e 18º arrondissements.     Durante o meu intercâmbio, não tive muitas dificuldades, mas senti falta do jeito receptivo, do calor do povo brasileiro a que estou acostumada, pois os franceses são pessoas mais frias, dificilmente se entrosam, são extremamente pontuais e responsáveis, bem diferentes do povo brasileiro. Então, se você não conhece muita gente lá, acaba ficando um pouco só. Mas em nenhum momento pensei em desistir da experiência. Apesar de sentir falta do Brasil, sabia que era uma experiência única e logo iria acabar. Além de tudo, me encantei com a beleza das cidades.

            Eu morei em um bairro muito bom de Paris, chamado de Boulogne Billancourt, na casa de um tio-avô paterno, e estudei na Aliança Francesa. Lá fiz algumas amizades, mas não mantive muito contato. No entanto, por ter família lá, me aproximei de muitas primas. Nas horas livres eu costumava ir a cafés, ao cinema, aos jardins e visitava pontos turísticos. O que mais me marcou foi observar a simplicidade com que os franceses levam a vida. Além disso, fui muito bem acolhida pelos residentes locais. As pessoas que conheci contribuíram para meu aprendizado. Todos com quem tive contato lá me ensinaram algo que vou levar comigo sempre.
Concluí que esta experiência valeu muito a pena e modificou a forma como encaro as coisas. Acredito que cresci como pessoa e amadureci com esta vivência, pois gosto de conviver com diferentes culturas e tenho curiosidade em buscar novos aprendizados. Esta viagem me possibilitou algumas lições. A mais importante foi conhecer o novo e não ter medo disso, mas sempre pensando na minha segurança pessoal. Também aprendi a ter paciência com os demais e não ter frescuras com o que não conheço.

    Após essa vivência, pude ter parâmetros para analisar meu próprio país, e na minha opinião o Brasil é um país incrível, mas precisa melhorar a infraestrutura e fornecer mais segurança aos turistas. Entretanto, há aspectos de que me orgulho, que são únicos do nosso povo, que é a alegria e a receptividade do brasileiro, mas poderíamos mudar a cultura de corrupção e do deixar para depois.

    Para obter mais informações sobre Paris, escrevi um blog com várias curiosidades, que podem ser encontradas nos seguintes endereços: