Guilherme Lisboa, 21 anos.
Profissão: Estudante
O que pretende: Trabalhar na área de Desenvolvimento de software.
Países que conhece: Estados Unidos, Canadá e Argentina.
Profissão: Estudante
O que pretende: Trabalhar na área de Desenvolvimento de software.
Países que conhece: Estados Unidos, Canadá e Argentina.
Lake Louise, Alberta - Canada, 2012 |
Contarei
da minha última experiência no Canadá. Fiz um intercâmbio de estudos em
Vancouver durante dois meses. É difícil descrever um país, devido ao fato de
ter uma cultura totalmente diferente, então acaba que o mais excitante é o
sentimento de estar em um lugar novo, com pessoas de diferentes hábitos, mas
acredito que o que difere a experiência de cada pessoa é o psicológico, como
você encara a aventura.
O Canadá é um país muito
grande, então não posso falar em um contexto geral. O local que eu estive foi
na Costa Oeste, e lá conheci lugares muito bonitos. O que mais recomendo para
turismo é a geleira que tem por lá. Eles chamam o lugar de Glacier Fields.
Por mais que pareça ser só gelo, a paisagem é muito bonita, além de ser algo
que não temos aqui, então é uma experiência rara para quem mora em um país
tropical.
Também existem outros lugares maravilhosos que eu recomendo,
como a própria cidade de Vancouver, Grouse Mountain, Lake Louise, o
passeio pela área montanhosa em geral, e para quem gosta de praia, tem Tofino,
que fica perto de Vancouver, com algumas praias medianas e próximas a um
local com fontes termais.
Para compras, sem dúvida a melhor opção são os outlets.
O preço dos produtos em Vancouver é muito melhor do que o que pagamos
aqui no Brasil, mas nos outlets é melhor ainda. Se for em uma época
oportuna, é possível encontrar produtos com cerca de 70 a 80% de desconto.
Vancouver é uma cidade jovem, então a vida noturna é bem
agitada, mas em questão de lugares para sair à noite, acho que depende do
estilo da pessoa. Na época em que estive lá, fui a vários bares e pubs. Os mais
organizados eram um pouco mais caros do que os mais comuns, então acho que
depende do estilo e gosto da pessoa.
Dos passeios que fiz, os que mais valeram a pena
foram o tour pelas montanhas, a trilha da Grouse Mountain e a ida ao Glacier
Fields. Mas existem vários outros locais para conhecer, desde ir à cidade
cultural até descer rios em um bote.
Em geral, não me recordo de ter comido nenhuma comida
típica canadense, porque lá é um local multicultural, que recebe a influência
de diversas outras cultuas, como a estadunidense, inglesa e francesa, então
acaba que é a culinária reflete aspectos desses países. Um ponto da
cultura canadense que me chamou atenção foi o estilo de vida que os habitantes
levam, eles seguem as leis à risca, assim como nos Estados Unidos e outros
países. Mas parece uma forma mais natural, uma mente mais aberta, sem
preconceito com estrangeiros, e em geral eles são muito educados, tanto a ponto
de serem motivo de piadas.
Uma situação complicada que passei foi quando eu
estava no meu segundo dia de aula, e ao ir para uma loja de conveniências perto
da escola, chamada 7-Eleven, que é uma rede bem comum lá,
fui comprar um cartão de transporte, e o atendente parecia ser chinês, então o
inglês era um pouco mais “acelerado”, só que a cidade é dividida em áreas, e eu
não sabia qual era a minha, então tentei perguntar a respeito, mas ele parecia
estar com pressa e ficou reclamando. Saí da fila e um amigo que sabia a
informação me explicou, e no fim deu tudo certo. Apesar desta dificuldade, não
pensei em desistir momento algum. Por mais que eu estivesse sozinho, busquei a
melhor forma de aproveitar, sem pensar em voltar. Pelo contrário, no final da
viagem deu até vontade de ficar mais.
O que mais me emocionou durante esta experiência de
viver dois meses em outro país foi o fato de poder conviver com pessoas de uma
cultura diferente da qual eu estou habituado. As recomendações que sugiro para
quem deseja ir ao Canadá, de uma forma geral, é primeiro conhecer o lugar,
andar pela cidade para se habituar com o ambiente. Eu andei todo o centro da
cidade a pé no meu primeiro dia, foi uma espécie de “reconhecimento do local”.
Uma dica muito importante quanto ao que não fazer, o primeiro item da lista é
não desobedecer às leis, por mais que tenham coisas com as quais você não
concorda, e pareçam bobas, como
fazer uma piada de terrorismo. Isso pode te botar em uma boa encrenca. Então,
quando ouvir o “ei” de um policial, aconselho a ouvir e obedecer
direitinho.
Quanto a locais, o centro da cidade tem quase tudo
que precisa para se virar (comida, cinema, bares, shoppings), então depois do
“reconhecimento” do local, é bom correr para a loja de conveniências 7-Eleven
e comprar seu passe de transporte, que serve para ônibus, metrô e
balsa. Fora isso, qualquer dúvida é só perguntar. Os funcionários dos
hotéis são bem informados e os habitantes, em geral, são bem receptivos.
Durante meu intercâmbio, eu fiquei hospedado em uma
espécie de hotel para estudantes, que tinha tanto hóspedes normais quanto
outros estudantes, mas só o quarto era individual. O banheiro e a cozinha eram
coletivos. Durante o intercâmbio, fiz muitos amigos e de várias nacionalidades.
Acho que é desperdício ir a uma viagem como essa e não se enturmar. Assim,
penso que como busquei esta experiência para curtir e conhecer outro local e
pessoas, se eu ficasse no meu canto sozinho, não iria aproveitar nada. Então,
fiz exatamente o contrário!
A população em geral é composta de muitos
imigrantes, então eu diria que é impossível terem preconceito. É lógico, sempre
tem um ou outro que quer implicar, mas a maioria dos habitantes respeita todos.
Encontrar pessoas preconceituosas e implicantes lá é bem raro; é como tentar
achar uma agulha no palheiro. Acredito que conhecer pessoas de diferentes
culturas sempre contribui com o amadurecimento pessoal, desde que a pessoa
esteja aberta a entender a forma deles de pensarem. Desta forma, é possível ver
coisas que antes não eram percebidas, porque não eram comuns para você.
Nas horas livres, procurei sempre variar a
programação. Tive a sorte de pegar aula com uma professora que era uma
excelente pessoa, e a turma era muito tranquila, então nos enturmamos rápido.
Na maioria das vezes, depois das aulas, eu e os amigos que fiz íamos para algum
lugar conversar ou rodar e conhecer a cidade. Nos finais de semana, fui a
passeios mais longos, a cidades vizinhas, ou fazer trilha na montanha que tinha
lá perto.
O que mais me marcou foi a questão de que fazia
amigos diferentes todas as semanas. Alguns deles, sei que dificilmente os verei
novamente. Por mais que tenha convivido com eles somente por dois meses, com
algumas pessoas realmente fiz uma grande amizade e gostaria de conviver mais
com elas, mas cada um tem que seguir seu caminho.
Uma coisa de que eu não tinha a mínima ideia é o
respeito que os canadenses têm pelos indígenas. Eles os chamam de “primeiras
nações” e apreciam bastante a cultura desses povos. Outro aspecto é
que boa parte do povo tem afeição pela rainha da Inglaterra. Algumas moedas têm
a face da rainha nelas, mesmo não tendo o Canadá relação com a realeza inglesa.
Por fim, acredito que esta experiência valeu muito a
pena. Pude aprender coisas novas; mesmo que algumas tenham sido a respeito do
que eu já sabia ou conhecia, foram feitas de forma distintas, então agora
consigo encarar a mesma situação de diferentes formas. Diria que gosto de
conhecer pessoas de diferentes culturas, por buscar entender como elas pensam e
fazem as coisas, para posteriormente eu entender e perceber novas coisas que
até então não percebia.
Se possível, gostaria de voltar para o Canadá e
terminar minha graduação lá, mas provavelmente isto não acontecerá. Além disso,
meus planos para a próxima viagem terão que esperar bastante, mas tenho vontade
de conhecer no futuro o Japão, Alaska ou Austrália.
Após esta vivência, acredito que podemos melhorar
muito no Brasil. Por mais que haja o problema da corrupção política, o primeiro
passo é buscar aprender com os outros países a obedecer às regras. Depois disso,
podemos pensar em dar atenção a saúde, educação e segurança. Por outro lado, o
que se destaca no brasileiro em geral é a criatividade, a capacidade de
solucionar alguns problemas de uma forma diferente do padrão.
O que eu gostaria que mudasse é a forma de buscar
fazer algo que não deveria ser feito, respeitando as regras. Deixar de lado o
dito “jeitinho brasileiro” em muitas situações, que não trazem benefícios
duradouros.
Veja mais fotos em: http://www.flickr.com/photos/108188765@N06/sets/72157637486536075/
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