quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dicas para um Mochilão pela América do Sul: Bolívia, Chile e Peru


Victor Fagundes, 24 anos.
Profissão: Estudante de Direito, formando.
O que pretende: ser funcionário público ou ser dono do próprio negócio.
Países que conhece: Bolívia, Chile e Peru


Deserto de Uyuni - Bolívia, 2012
    Ter feito um mochilão pela América do Sul foi uma experiência muito boa, de vida, não só de viagem. É algo que fica marcado, é inesquecível e acrescenta muito. Você cresce, vê outras culturas e acaba vendo o mundo de outra forma. Isso é muito interessante, vale muito a pena. Os países que visitei foram: Peru, Bolívia e Chile nessa sequência, e cada um tem suas peculiaridades e lugares interessantes.
 
    Fiquei hospedado em hostels em todos os lugares que fui. Geralmente, no próprio hostel é possível obter uma série de informações turísticas para conhecer os principais lugares e eu já fui preparado também, levei um livro com várias informações turísticas e me planejei, então eu já sabia o que iria fazer em cada dia. O que me surpreendeu foi que em todos os lugares que fui havia guias bilíngues (inglês/ espanhol). 

    No Peru, o lugar mais famoso é Macchu Pichu, mas eu gostei muito de Lima, a capital. É um lugar muito turístico, interessante. Na Bolívia, gostei do Deserto de Uyuni, Estrada de la Muerte e em La Paz, a capital tem bastante coisa legal para conhecer também. As cidades no Chile, notei que possuem uma infra estrutura excelente Em todas têm muita coisa bonita para conhecer, Santiago também é uma cidade maravilhosa. Além disso, dos três países que conheci, não tenho nada para reclamar em questão de segurança, porque eu não passei por nenhuma situação de assalto, nada nesse nível.
 
Chacaltaya, La Paz - Bolívia, 2012
Deserto de Uyuni - Bolívia, 2012
  Passeios: 
 
    Peru: Em Lima há uma ótima infra estrutura, a cidade conta com excelentes museus e a arquitetura dos locais também é interessantes devido aos fatos históricos, por ter sido colônia da Espanha, existem praças enormes, uma mais bonita que a outra, sem contar com os sítios arqueológicos que têm no meio da cidade, é bem legal. Lá também tem praias, inclusive algumas mais restritas às pessoas de melhor poder aquisitivo, próximas aos bairros nobres. Eu fui a um outro bar que era todo temático de futebol, se chama El Estadio e tudo lá é sobre futebol. Havia um boneco do Pelé sentado ao lado do boneco do Maradona. Para mim foi bem legal, sou fanático. 


    Em Cuzco eu fui a uma festa em uma boate que havia diversas músicas locais, mas também tocou música brasileira. Foi de graça para entrar e fui com o mesmo grupo que tinha ido para Macchu Picchu.

    

    

    Bolívia: um local que me chamou atenção no país foi o Deserto de Uyuni. Na realidade durante o passeio há visitas em vários tipos de deserto, com diferentes paisagens que duram de dois a três dias. O lugar em si é bem simples, são umas cabanas, ou casas de tijolo com sal no meio do deserto, mas é isso que é legal, pelo menos para quem está fazendo mochilão, é isso que a gente quer, conhecer o lugar do jeito que ele é, ter contato com as pessoas do lugar, ver como eles vivem, não da forma como é para o turista, mas como é da forma natural para os habitantes e isso é bastante interessante.
 
    Em Copacabana (Bolívia), há a Isla del Sol, uma praia de ponta a ponta, é bem legal. Em La Paz (Bolívia), eu fui ao Vale de la Luna e no Chacaltaya, que tem 5.430 metros de altura. Só que o melhor passeio de todos foi o que fiz de bicicleta, na cidade de Coroico (Bolívia). É um passeio que dura o dia inteiro. Você vai bem cedinho, umas 6 horas da manhã, pega uma bike alugada, desce na Estrada de la muerte, chega ao fim e toma banho no rio. Para mim foi a coisa mais espetacular do mundo. A estrutura do lugar é boa, os guias são bons, tudo foi excelente, as pessoas que estavam comigo, gente do mundo inteiro, eram muito legais.
 
    Chile: lá tem o Vale de la Luna, que tem um belo por do sol, um dos mais lindos que eu já vi. Eu e meu irmão fizemos Sandboard na cidade de San Pedro de Atacama e foi muito legal, vale a pena.
 


Compras:
 
    Peru: um produto muito típico é a lã de alpaca, então lá vale a pena comprar roupa de frio feitas deste tipo de material, como meias, gorro, luva, casaco e poncho. Em geral, os preços são mais baratos que no Brasil, apesar que a moeda peruana em relação ao real, a diferença entre elas é de apenas 50 centavos. De qualquer forma compensa comprar lá pela qualidade e característica própria, já que estes produtos não são encontrados em qualquer lugar. Em geral há diversas feiras próximas aos locais turísticos. 

    Bolívia: em La Paz eu vi que um lugar para visitar e comprar bem famoso é a Feria de Las Brujas. Após entrar no local dá para entender por que o nome é esse. Você pensa: “Que ambiente pesado é esse aqui!”. Há substâncias de bruxaria à venda, como por exemplo feto de alpaca. (O que alguém faz com isso?). Porém, há outras lojas com produtos turísticos: chaveiro, camisetas, casaco e souvenir. Compensa mais comprar na Bolívia do que no Peru, devido ao valor da moeda boliviana ser mais baixo.

    Chile: passei poucos dias em Santiago, a cidade que eu fiquei mais tempo foi San Pedro do Atacama, mas lá não indico fazer muitas compras porque as coisas lá são bem mais caras do que na Bolívia e no Peru, por exemplo, para quem vai fazer ou tour ou mochilão. Pelo valor da moeda, você sente um baque pela diferença de valores.
 
Comidas típicas:
 
    Peru: o prato típico é o ceviche, que é um prato com peixe, vários crustáceos, tem camarão, lula. Ele é todo escaldado em um molho de pimenta com limão. Na minha opinião não é ruim, mas é muito forte, então às vezes você não aguenta comer tudo porque é um prato bem pesado. Também há uma bebida que achei interessante chamada Psico sour, eu achei muito parecido com a caipirinha. É batido com clara de ovo, para quem gosta de beber é bom. Outra bebida típica é a Chicha Morada, que é parecida com um suco de groselha, mas feito de milho roxo. O tira gosto, no restaurante, em vez de ser amendoim, são uns grãos de milho gigantescos com sal. Lá eu também fui a uma feira de gastronomia e comi uma sobremesa feita com esse milho que achei bem legal. Além disso, experimentei um lombo salgado com vários legumes, cebola e pimentão, parecido com um frango xadrez, é bem temperado e gostoso. Um outro prato peruano é o cuy, que é a carne do porquinho da índia. Eu não comi porque é muito caro e “meio estranho”.

    Na Bolívia: provei uma truta do lago Titicaca, que é um peixe de água doce, e achei bem gostoso. E por fim, no Chile comi empanada, que é uma pasta gigante, ela é assada e é como se fosse um empadão em forma de pastel. Tem vários sabores e em alguns lugares é barato, achei bem gostoso.
 
Finanças:
 
    Eu e meu irmão nos planejamos na medida do possível para este tour pela América Latina. Em relação ao dinheiro, levamos mil reais em dólares e mais 500 dólares no cartão Visa Travell Money. Este cartão nem sempre é muito vantajoso já que não é aceito em todos os lugares, além disso, para sacar no banco é necessário pagar taxas. Então, na minha opinião, é bom levar tudo em dinheiro mesmo ou cartão de crédito para alguma emergência, ou para restaurantes, já que a maioria aceita, e assim pode-se guardar o dinheiro para passeios. Entretanto, isso é relativo e varia de acordo com cada circunstância e pessoa. Para trocar o cambio em Lima há diversas opções, há uma rua com várias casas de câmbio. Fiquei impressionado com a variedade e facilidade, vi que a maioria aceitava reais, mas para garantir é bom levar todo o dinheiro em dólar, que é mais aceito e trocam em qualquer lugar.

  Dicas/ Planejamento:
    
    É bom viajar com uma ideia previa dos lugares, os quais se deseja ir, sugiro levar um guia que indique locais e informações úteis, porque você sempre terá uma informação a mais que pode carregar. Além disso, normalmente os funcionários dos hostels dão bastante informação. Também fiz amizade com habitantes da cidade e eles dão informações e em geral, são educados. Uma boa ideia é alugar bicicleta porque você pode conhecer vários pontos da cidade pedalando. Eu também recomendo imprimir todas as passagens aéreas e vouchers das empresas aéreas com os horários dos voos, pois se não fosse por isso, imagino que talvez eu teria ficado na mão em algum momento. E outra coisa: é bom reservar os hostels com antecedência, porque você pode chegar lá e não ter vaga. Sugiro entrar em contato por e-mail, ler os comentários dos clientes no Facebook ou sites, ver se tem vagas e efetuar o pagamento só na hora.
 
    Durante o mochilão, conheci diversas pessoas, entre elas algumas brasileiras de São Paulo, nos conhecemos dentro do ônibus de Cuzco no Peru para Copacabana na Bolívia, e elas passearam conosco várias vezes, ficamos bem amigos e elas já vieram até me visitar em Brasília. Além disso, fiz amizade tanto com estrangeiros turistas quanto nativos também. Os habitantes locais foram muito simpáticos. Os amigos que fiz, mantenho contato até hoje pelo Facebook.
 
    Eu amadureci muito com esta viagem, mudou algumas coisas como eu penso e me abriu novos horizontes. Por exemplo, estou pensando em abrir um hostel e esta ideia partiu da viagem, porque eu não iria ter noção alguma sobre o funcionamento de um hostel e como o turismo deve ser feito para o crescimento da cidade. Na minha opinião se um local deseja desenvolver-se, o turismo está completamente envolvido com isso e foi como turista que eu aprendi isso. Pretendo fazer muitas outras viagens, mochilão novamente e cursos de idioma no exterior, mas como estou me formando este ano, primeiro vou me preparar financeiramente. Acredito que qualquer experiência que temos em nossas vidas nos agrega, tanto positivas quanto negativas.
 
    Por fim, a viagem fechou com chave de ouro porque houve um erro com a nossa companhia aérea, que foi a LAN e eles cederam um hotel 5 estrelas para a gente em Santiago. Pudemos comer e beber do bom e do melhor sem nem um real na carteira (risos).

 


 

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