sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Destino: África; Experiências em Zâmbia

Fabíola Góis.
Profissão: Jornalista; Estudante de pós-graduação em Marketing Digital.
Países que conhece: Argentina, Timor Leste, Zâmbia, Botsuana e Colômbia.




Viajar é sempre uma experiência prazerosa e gratificante. Conhecer outras pessoas, lugares e paisagens nos deixa mais leves, alegres e divertidos. Fora o Timor Leste, onde fui a trabalho quando era repórter do Correio Braziliense, aos demais países eu fui a turismo. Na África, fui para Botsuana e Zâmbia. Fiquei hospedada em hotéis na maior parte dos países que visitei, apenas em Zâmbia fiquei na casa do meu marido, meu noivo na época, que viveu lá por três anos.

Gostei muito de ter conhecido a África. Um local que me encantei com a beleza foi na fronteira com Zimbábue, a Victoria Falls, uma das maiores cachoeiras do mundo. Fica em Livingstone, a seis horas de Lusaka, capital da Zâmbia. Também é possível fazer vários passeios na região, como safaris. Tive a oportunidade de fazer safari em terra e pela água, duas excelentes opções para ver bem de perto os animais exóticos da África, tanto os que vivem no território, a exemplo de girafas e leões, como os que têm hábitos de viver perto ou dentro da água, como crocodilos e hipopótamos. Também em Zâmbia, pude fazer safari em cima de um elefante, o que foi uma aventura, porque os elefantes africanos são ariscos. Mas conseguimos um local onde eles domesticam os animais e fazem passeios com os turistas, para mostrar as belezas naturais do continente africano. Em Bostuana, visitei o Chobi Park, onde existe a maior manada de elefantes do mundo.



Um bom local para compras é Livingstone, a capital da província do Sul, em Zâmbia. Lá há uma feira de artesanatos com objetos típicos da região. É possível comprar desde esculturas, bijuterias, até artigos para casa. Para sair à noite em Lusaka, a capital, há poucas opções de boates que ficam abertas durante a madrugada. No entanto, há boas opções de restaurantes de comidas internacionais. A comida típica da Zâmbia é Ichima. Consiste em uma mistura de massa de milho que os habitantes comem com algum acompanhamento, como carnes de boi ou porco, sempre com molho, e uma folha refogada, como couve ou repolho. Este prato é feito para comer sem talheres. Em geral, na África, come-se com muita frequência com a mão.

            Na África, os hábitos são bastante diferentes. Chamou-me a atenção a forma como as mulheres carregam seus filhos pequenos. Elas amarram os bebês nas costas ou no colo, de uma forma bastante firme e acolhedora. Os africanos são amáveis e simpáticos, e gostam bastante dos brasileiros, citando sempre nomes de jogadores de futebol da seleção brasileira, como Neymar e Kaká

            A minha principal dificuldade foi com o idioma. Apesar de falar inglês fluentemente, tive bastante dificuldade de entender o inglês dos zambianos por causa do acento. Eles falam o inglês britânico de uma forma muito particular. Passei por uma situação complicada quando precisei tomar um táxi e tive que explicar ao motorista o destino ao qual eu queria que ele me levasse. Porém, nunca pensei em desistir de nenhuma experiência. Os pontos negativos existem em qualquer lugar ou situação. Fui três vezes a Zâmbia, e me adaptei depois ao inglês que eles falam, com sotaque.

O que eu mais fazia para conhecer melhor o local era andar pelas ruas despretensiosamente. Em todos os lugares em que estive, fiz amizades e fui bem acolhida pela população local. A experiência de ter visitado a África me trouxe grande crescimento pessoal, porque a cultura é muito diferente da nossa. As vestes tradicionais são únicas e a forma como se alimentam também.

Algo que me impactou na Zâmbia foi perceber que a fome lá é ainda mais agressiva que no Brasil. Ao viajar pelas rodovias, pude encontrar várias crianças subnutridas pedindo comida. A população é muito carente. Sem falar que muitas crianças são órfãs, porque o índice de aids atinge mais de 30% da população. Ter conhecido a realidade de um povo tão sofrido me fez pensar na vida que levamos e em como o Brasil tem se desenvolvido. 

Apesar da Zâmbia não ser um país muito procurado por turistas brasileiros, para quem deseja conhecer o local, a minha recomendação é pesquisar bastante na internet sobre os parques onde é possível fazer safari. Na capital, Lusaka, há uma boa rede hoteleira, mas poucas opções de lazer. Portanto, minha recomendação é ficar em Livingstone.

De cada viagem, é possível retirar aprendizados que podem mudar a maneira de encarar as situações. Além dos lugares, pode-se conhecer novas pessoas, e essa vivência, na minha opinião, é bastante enriquecedora. O que mais me marcou nas viagens que fiz foi poder observar como o mundo é grande e como há culturas diversas das nossas. 



Por exemplo, na minha viagem para o Timor Leste, um aspecto cultural que me chamou atenção foram as homenagens prestadas, feitas por meio de uma reverência, e entrega de uma lembrança, geralmente um pano parecido com uma echarpe, feita por um tear, com cores vibrantes.

Gosto muito de conhecer e conviver com pessoas e costumes diferentes. Como sou jornalista, sou curiosa por natureza. É muito bom ver de perto como vivem pessoas em continentes tão diferentes do nosso. A próxima viagem deverá ser para a Europa, onde ainda não tive a oportunidade de estar.
 





As viagens que fiz me proporcionaram enxergar o quanto o Brasil ainda precisa melhorar em relação ao preparo turístico. Na minha visita a Colômbia e Argentina, notei o quanto os funcionários da área de serviço são profissionais no atendimento, inclusive já arriscam algumas palavras em português, tamanha é a frequência de brasileiros nesses países. Aqui poderiam ensinar espanhol instrumental para quem atende turistas. 

Por outro lado, o carisma que nós brasileiros temos, e a forma respeitosa como tratamos os estrangeiros são aspectos de que me orgulho. No entanto, gostaria que mudássemos o amadorismo. Precisamos levar a sério o turismo, principalmente agora que o Brasil é a sexta economia do mundo e vai atrair cada vez mais estrangeiros. 



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