sábado, 9 de novembro de 2013

Intercâmbio para África do Sul

Mariana Rabello, 23 anos.
Profissão: Internacionalista.
Países que conhece: África do Sul; Ilha de Malta; Itália; Irlanda e Alemanha.


    De todas as viagens que fiz, meu intercambio na África do Sul foi o mais marcante. Como foi minha primeira experiência, tudo era novo e eu tinha muita vontade de explorar tudo, mas também tive dificuldades em algumas situações. Morei em Cape Town por três meses para estudar inglês. Fiquei hospedada na residência estudantil que era dentro da própria escola chamada LAL Group Language Center que fica localizada em Sea Point. Assim, tive a oportunidade de fazer amizade com vários brasileiros, estrangeiros e nativos. Todos contribuíram para minha evolução e pude praticar bastante o inglês.

    Percebi também que os africanos adoram os brasileiros, pois sempre tinham curiosidades a respeito de futebol e sobre a nossa cultura. Como fui no ano da Copa do Mundo, se vestia uma camisa da seleção brasileira, certamente as pessoas vinham até mim para conversar. Nas horas livres, o que eu mais fazia era ir à praia. As praias são paradisíacas e como no verão é muito quente, se torna o point dos estudantes. Um fato a levar em consideração, é que lá é proibido beber na rua e também não pode comprar bebida alcoólica depois das 6 da tarde.

    Em Cape Town existem muitas coisas legais para conhecer, como a Robben Island (prisão onde o líder político Nelson Mandela ficou na época do Apartheid), o Cape Point, onde há uma vista linda e o Cape of Good Hope (Cabo da Boa Esperança). Muitas pessoas dizem que é lá onde “o vento faz a curva”, por ser o ponto na região sul mais extrema do continente.


    O melhor lugar para fazer compras em Cape Town, tanto de artigos de luxo quanto de artesanatos, é uma feira ao ar livre que fica ao lado do Shopping Waterfront que tem de tudo e é um ambiente super agradável. Além disso, como toda cidade grande, a vida noturna de Cape Town é farta! Há diversas opções de baladas e bares. Mas os melhores locais para ir é a boate Tiger Tiger, onde toca House a noite toda e o ambiente é bastante chique e elitizado (inclusive há restrições dos seguranças para entrada, ou seja, quem estiver mau vestido pode ser até barrado, além disso, dizem que negros não entram lá, e de fato, quando fui, não vi nenhum). Outro lugar que sempre lotava era o La Med, um barzinho na beira da praia que aos domingos há apresentações de bandas, como Gold Fish e eu gostava muito, tanto que era meu lugar favorito.

    Os pontos turísticos e passeios que mais gostei foram vários, entre eles, escalar a Table Mountain e ver o por do sol do topo da montanha; pular no maior Bungee jumping do mundo (são 216 metros de queda livre); nadar com pinguins na praia;  ir ao White Shark Embassy, o qual é possível mergulhar com tubarões branco, dentro de uma jaula de titânio. Em relação às comidas da África do Sul, achei que a culinária é bem exóticas. Os pratos típicas que provei foram: churrasco de avestruz, carne de crocodilo e ensopado de tubarão. Existe um restaurante muito bom que oferece essas refeições chamado Mamma Africa.


    O aspecto cultural que mais me chamou atenção foi sem dúvida alguma as marcas que o Apartheid deixou no local. Até hoje é muito visível o preconceito no país, pois há resquícios da época que ainda permanecem no país, ao andar pelas ruas ou de ônibus, é possível observar este fato, além disso, não vi, por exemplo, brancos em subempregos, só negros. Presenciei uma cena que me chocou muito. Eu estava com um grupo de 15 amigos indo para uma festa de Réveillon e entramos em um ônibus lotado. De repente, todos os negros se levantaram para que os brancos que estavam pudessem se sentar. Foi muito triste ver aquilo.

    Apesar das dificuldades, não pensei em desistir do intercambio, pelo contrário, queria ficar lá mais tempo! O maior empecilho foi o custo de vida que é muito caro, mesmo a moeda sendo desvalorizada em comparação a outras. Ademais este fator acentuou-se porque fui para África do Sul em 2010, no ano que o país sediou a copa do mundo. O que mais me emocionou nesta experiência foi o carinho e respeito que a população demonstra pelos brasileiros.

    A dica mais importante que recomendo para os viajantes é explorar ao máximo o local que desejam ir! Também sugiro caminhar, conversar com os nativos e turistas, procurar fazer amizades, descobrir novos passeios, principalmente aqueles que não constam nos guias turísticos, pois com certeza serão os melhores! Eu particularmente, nunca pesquiso muito sobre o destino, nem converso muito com pessoas que já foram. Na minha opinião, o legal é se aventurar e fazer nossas próprias descobertas.

    Esta experiência foi maravilhosa e me agregou muito. Fui para aprender inglês, mas voltei com uma bagagem muito maior. Aprendi a respeitar as diferenças, a dar valor nas pequenas coisas e fiquei até mais patriota. 



    Sempre prezo pelo respeito e gosto de conhecer diferentes culturas. Desde criança, minha família recebia intercambistas de High School e eu tinha muita curiosidade em saber como eram os costumes no país deles e sobre como eles enxergavam o Brasil. Não foi à toa que fiz Relações Internacionais. Não me imagino fazendo outra coisa, o curso me ajudou muito nas minhas viagens. Meu próximo plano é conhecer uma cidade chamada Playa del Carmen no México. E a lição que é sempre válida é a que não podemos ter medo de coisas novas quando o assunto é intercâmbio. A lei é: arriscar-se e aproveitar!

    Na minha opinião, cada país tem suas características diferentes e é essa a graça de conhecer lugares novos. Temos nossa cultura, nossos valores e é isso que diferencia uma experiência cultural da outra. No Brasil, a alegria do povo e a diversidade cultural é com certeza nosso diferencial. Porém gostaria que houvesse mais segurança e investimentos em cursos populares de língua inglesa para a população aperfeiçoar-se no preparo turístico.







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